Festa da torcida do Flamengo durante a final com Corinthians. Foto: Antonio Cícero/FramePhoto |
Em São Paulo, a emissora marcou 15 pontos, um crescimento
de 8 pontos (ou 114%) em relação à média no horário nas últimas quatro
segundas-feiras. No Rio, o jogo deu 14 pontos, um aumento de 4 pontos (ou 40%)
em relação à audiência do horário ("Bem Estar", "Encontro com
Fátima Bernardes" e parte do noticiário local).
O fato de a partida envolver os times com maior torcida no
país certamente contribuiu para esta audiência. Em 2014, exibindo Corinthians x
Santos, a Globo registrou média de 11 pontos em São Paulo. No ano seguinte, com
Corinthians x Botafogo (SP), a audiência foi de 12 pontos.
A audiência da final da Copinha coloca mais lenha numa
fogueira polêmica: a divisão dos direitos de transmissão pagos pela Globo aos
clubes. No momento em que vários deles reivindicam uma distribuição mais
equitativa, Corinthians e Flamengo encontram no Ibope de segunda-feira um
argumento em defesa da ideia de que os times que têm maior torcida e dão mais
audiência merecem ganhar mais.
Desde a implosão do Clube dos 13, em 2011, a Globo passou a
negociar com cada clube individualmente, e não mais em bloco, como ocorria.
Esse procedimento beneficiou justamente Corinthians e Flamengo, aumentando a
distância da cota que recebem dos valores dos demais.
Os contratos individuais levam em conta a audiência que os
clubes proporcionam e a venda de pacotes de "pay per view" (ao
adquiri-lo, o cliente revela para que time torce).
O modelo inglês é sempre citado nestas discussões. Na
Premier League, a distribuição de direitos obedece a três critérios: 50% do
total é igual para todos os clubes, 25% segue a colocação da equipe na
temporada anterior e 25% é de acordo com a audiência.
Para diminuir a diferença que os separa de Flamengo e
Corinthians, os outros clubes falam da necessidade, primeiro, de a Globo exibir
as partidas de forma mais equilibrada. O blog do Rodrigo Mattos mostrou no UOL
Esporte que o Palmeiras, em 2015, foi o grande clube paulista que menos teve
jogos transmitidos pela Globo apesar de ter se classificado para duas finais do
Paulista e da Copa do Brasil.
Se a Globo expõe menos um determinado clube, é natural que
ele tenha menos audiência que outro visto com maior frequência. Por outro lado,
a emissora tem números para mostrar que alguns times produzem resultados no Ibope
melhores do que outros. Foi o que aconteceu, mais uma vez, na final da Copinha.
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