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| Foto: Divulgação e Arte UOL |
SERÁ
QUE VAI DAR CERTO?
A começar pelo "know-how". Os clubes que estão
tentados a manter o acordo com a Globo já sabem com quem conversam, com quem
negociam, em como seu produto será exposto e tem consciência de como sua marca
será tratada pela emissora. No caso da Turner, há uma incógnita: terá o canal
estrutura o suficiente para comportar o Brasileirão? Terá a empresa
norte-americana a mesma qualidade de transmissão?
Contra isso, a Turner tenta mostrar toda a sua atuação nos
Estados Unidos, com números de audiência e relatórios de publicidade, alegando
que não é uma aventureira. A ideia é passar segurança para os clubes que fiquem
tentados a dizer sim.
Há outro aspecto em que a Globo se envolve e que, pelo
menos a princípio, a Turner não mencionou interesse em colocar a mão:
logística. Quando faz os pacotes de viagens para seus funcionários, a emissora
já repassa aos clubes todo o esquema para chegar e sair do local do jogo, a
recomendação de hotel para ficar e o voo a se pegar. Em caso de falha, há quem
responsabilizar.
MEDO
DE RETALIAÇÃO
Por mais que fechem com a Turner no mercado fechado, boa
parte dos clubes sabe que seu produto ainda é mais visível quando o jogo é
transmitido na TV aberta. O Esporte Interativo, entretanto, ainda não pretende
entrar na competição pelos direitos de transmissão desse mercado com a Globo.
Por isso, os clubes têm medo de sofrerem retaliação. Ao
fechar com o Esporte Interativo e deixar o Sportv de lado, os times acreditam
que poderiam sumir das grades de programação da Globo, deixando de ter sua
marca exposta em horários nobres, como domingo à tarde e quarta-feira à noite.
Isso seria ruim para o time e também para os parceiros e patrocinadores, que
ligam o sinal de alerta antes de colocarem um caminhão de dinheiro para aparecer
nos uniformes.
PAY-PER-VIEW
E VISIBILIDADE RESTRITA
Não só na TV aberta, como mostrou o tópico acima, mas há
algo que coloca uma pulga atrás da orelha em alguns clubes. Se poucos clubes
fecharem com o Esporte Interativo, o canal poderia ficar com poucos jogos para
transmitir. Isso significa que os mesmos times estariam na grade a todo
momento, o que faria seus torcedores fugirem do pay-per-view, diminuindo
rentabilidade em outra propriedade de marketing.
Aqui, vale destacar que o Esporte Interativo só poderá
transmitir o jogo dos times que comprar o direito. Por exemplo, se fechar com
Santos, Inter e Grêmio, poderia transmitir apenas a partida entre eles. Quando
o Santos fosse jogar contra o Corinthians, por exemplo, a partida não poderia
ser transmitida em nenhum outro canal fechado, uma vez que cada clube tem
acordo com uma emissora diferente.
Além disso, o alcance do Esporte Interativo ainda é menor
do que de outros canais. O Sportv, por exemplo, está em operadoras como a Vivo
TV e a SKY, onde o Esporte Interativo ainda não tem previsão de entrada.
CONSERVADORISMO
EM TEMPOS DE CRISE
Muitos investidores preferem fechar o bolso em tempos de
crise. Aparentemente, o Esporte Interativo caminha em direção inversa, mas não
inspira confiança nos clubes. Há o receio de que a promessa não seja cumprida e
que tudo não passe de uma empolgação.
Na ótica dos clubes, em tempos difíceis, a empresa poderia
não cumprir com tantos acordos e os deixaria em situação complicada frente a
Globo e ao Sportv. Por isso, haveria uma série de garantias financeiras que
seriam exigidas para que o negócio fosse firmado.
O Esporte Interativo já divulgou nota admitindo que oferece
valores muito maiores e ainda destacou que espera que isso ajude os clubes a se
desenvolverem e fortalecerem seu time, o que melhoraria o nível técnico do
campeonato de forma geral.

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